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Progressive House:
"A cara" dos festivais

A música eletrônica, também chamada de EDM (Electronic Dance Music), possui quatro grandes pilares: House, Techno, Trance e Drum & Bass. A partir destes, surgem ramificações como o Progressive House, Deep House, Dance/Pop, Brazillian Bass e inúmeras outras. Isto acontece porque a base da EDM é a tecnologia, o digital, possibilitando que se crie sons de forma quase infinita. Dessa forma, enquanto pode-se listar 20 ou 30 grandes gêneros musicais (Rock, Pop, Samba, Sertanejo, etc.), na música eletrônica existem mais de 200 subgêneros conhecidos. O foco aqui será o Progressive House, o gênero do álbum Aurora.

Na música eletrônica, os gêneros carregam uma identidade muito forte, sendo reconhecidos não só pelo som, mas até pelo cenário e forma de dançar. Naqueles mais "cool", a dança pode ser o movimento constante dos ombros e cabeça, outros fazem o público "marchar" sem sair do lugar, enquanto os mais agressivos fazem os fãs balançarem a cabeça com força no estilo punk. 

A dança eufórica, os pulos, as mãos levantadas, os fogos, as luzes, as lágrimas, adultos sobre os ombros uns dos outros como se fossem crianças (está aí porque dizem que estes festivais são a Disney dos adultos) e todo o conjunto do vídeo acima é típico do Progressive House, esta é a sua identidade. Por isso este gênero é tão gigantesco, não só pelo seu clímax sonoro explosivo, mas também pela sua explosão visual. Não à toa, este gênero se tornou "a cara" dos grandes festivais por espelhar a própria experiência de estar lá.

 

A Melodia: O coração do Prog House

Enquanto outros gêneros são mais focados na repetição de um beat, o Progressive House (ou Prog House) possui uma estrutura de "jornada" que vai se construindo ao longo da canção (justamente de onde vem o termo "progressivo"). Uma faixa de Progressive House raramente começa no clímax, ela vai crescendo para criar tensão e libertação em fases: Intro, Break, Build-Up e Drop (o clímax, onde a música explode).

 

A base rítmica do Progressive House é relativamente simples: uma batida 4/4 geralmente entre 125 e 128 BPM. É o ritmo perfeito para criar uma energia dançante, mas não agressiva. Esta "simplicidade" da base rítmica tem a finalidade de abrir espaço para a melodia, o elemento mais marcante em uma canção Prog House.

 

Muitas pessoas que não consomem música eletrônica têm uma ideia predefinida de que esse estilo é tudo igual: só "barulho". Mas quando são apresentadas ao som melódico do Prog House, se surpreendem e mudam sua percepção, muitas vezes se tornam grandes fãs do gênero.

Foi exatamente essa a reação do influenciador sertanejo Dudu Purcena, que disse "não saber ouvir" música eletrônica, mas quando ouviu algumas músicas do álbum Aurora descobriu que também existem boas canções melódicas no gênero. Clique e assista o vídeo:

Os grandes nomes do Prog House no mundo

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Martin Garrix

Martin Garrix é, indiscutivelmente, o maior nome do Progressive House moderno. Eleito o DJ número 1 do mundo por cinco vezes na prestigiada votação da DJ Mag Top 100, Garrix é a personificação do som dos grandes festivais do planeta, sendo uma das atrações principais e, muitas vezes, o artista de encerramento da Tomorrowland, Ultra Music Festival e Coachella.

 

No Spotify, mantém-se consistentemente com mais de 20 milhões de ouvintes mensais, um número que rivaliza com grandes estrelas do pop, além de possuir várias músicas que ultrapassaram a marca de 1 bilhão de streams somente nesta plataforma. Ele também colaborou com gigantes da música pop e possui uma canção até com a banda U2.

Conheça alguns hits de Martin Garrix e a sonoridade que inspirou o álbum Aurora
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Swedish House Mafia

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Alesso

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Avicii

Axwell, Sebastian Ingrosso e Steve Angello, o trio sueco que forma o Swedish House Mafia (SHM), são mestres do Progressive House, tanto juntos quanto individualmente. O SHM foi responsável por transformar o Progressive House em hinos de estádio através da construção épica e o drop eufórico. Seu maior hit, "Don't You Worry Child", dominou o mainstream e se tornou um verdadeiro clássico da EDM, sendo tocada ainda hoje desde festas eletrônicas a rodeios por todo o Brasil.

Alesso é um dos pilares do Progressive House melódico e um favorito absoluto do público de festivais. Hinos como "If I Lose Myself" e "Heroes" são atemporais e continuam a acumular centenas de milhões de streams. A sua consistência em produzir faixas emotivas e de alta qualidade mantém-no como uma das figuras mais amadas e populares do gênero.

 

Avicii é um artista do Progressive House, porém, ele foi tão inovador na forma de misturar elementos Pop e Country que acabou por criar um novo subgênero próprio: o Folk House. Esta sonoridade é mais "orgânica", marcada pelo uso de instrumentos reais e acústicos, como violão, piano, banjo e violino, além do foco na letra da canção. Por baixo dessa camada orgânica, há uma batida 4/4 e elementos de produção do Progressive House, como as build-ups e os drops melódicos e eufóricos. A faixa "Wake Me Up" é o hino definitivo do gênero: começa com um violão folk, introduz um vocal com alma country e explode num drop de festival. Avicii é, e sempre será, uma das maiores referências da música eletrônica mundial.

PERCEBEU A FORTE RELAÇÃO ENTRE O FOLK HOUSE E O SERTANEJO MODERNO?

Guarde essa informação, ela será explorada em "Projetos Futuros"

Mas... e os cantores?


No Dance/Pop, a estrutura é mais tradicional: o cantor é a estrela, o centro da canção. A produção eletrônica serve para amplificar o poder do vocalista; Dua Lipa, Lady Gaga e The Weeknd são exemplos disso. Aqui também pode existir a dinâmica do DJ/produtor sair dos bastidores e partilhar o palco com o cantor, como na canção "I Gotta Feeling" do The Black Eyed Peas produzida pelo David Guetta.

Entretanto, nos demais gêneros como o Progressive House a cultura é diferente: o DJ/produtor é o artista principal.

"Don't You Worry Child", apesar de cantada e composta por John Martin, tornou-se do Swedish House Mafia. Da mesma forma, o "dono" da "Wake Me Up", interpretada por Aloe Blacc, é o Avicii.

 

O que acontece muitas vezes é o DJ, quando se apresenta ao vivo, convidar o cantor para interpretar a canção em conjunto no show. E é neste momento que se percebe algo grandioso: a presença de palco! 

Quando o DJ está sozinho no palco​, inevitavelmente​ a sua postura é mais limitada, a sua presença de palco está na sua habilidade de mixar, de escolher a próxima música para manipular a energia da pista. Para espectadores mais leigos, o DJ tem apenas o trabalho de dar o play no pen drive.

Porém, o vocalista interpretando a canção muda tudo: a apresentação ganha humanidade, a conexão se torna muito mais íntima, o público não está mais cantando junto com uma voz gravada e não duvida que ali existe uma parte da música sendo feita ao vivo. Relembre os vídeos da seção anterior ('Objetivo') e veja como isso é uma realidade.

Portanto, essa quebra de paradigma em tornar o vocalista o artista principal no Progressive House é uma inovação, e o surgimento de algo diferente em um mercado tão concorrido e repetitivo dá indícios de uma grande oportunidade a ser explorada.

Conheça o mercado e as tendências globais da música eletrônica

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